Miscelânea

Vem chegando o verão

fotoDepois de um inverno especialmente rigoroso, chega lentamente o verão. E com ele, a nítida preferência por atividades ao ar livre. Aquelas famosas cenas européias começam a proliferar por toda a cidade: deitadas na grama dos parques, as aglomerações aproveitam o sol; dias longos, nos quais a claridade se extende até as 9 da noite; clientes de bares e restaurantes sentados do lado de fora, nas calçadas; cinemas a céu aberto. Tudo isso passa a fazer parte da paisagem local.

Berlim saúda o verão com atrações para todos os bolsos, tipos e gostos. O mês de junho teve três eventos de grande porte que movimentaram o calendário cultural da cidade. O caráter cosmopolita, heterogêneo e multifacetado da capital alemã se revela sem véus a visitantes e moradores.

Junho começou com a realização do Carnaval das Culturas (em alemão, Karneval der Kulturen). O evento acontece desde 1996 e é uma festa que abriga representações culturais e tradições da grande mistura étnica que aqui existe. Em Berlim, convivem pessoas de cerca de 180 nacionalidades diferentes com alemães de todas as partes do país. A festa celebra a diversidade cultural da cidade, e o mote é o respeito à diferença e ao estrangeiro: um manifesto contra o racismo.

O carnaval que nós conhecemos também existe. A festa móvel celebrada no mês de fevereiro ou março é realizada em várias partes da Alemanha, sendo mais presente numa área de forte tradição católica: as cidades de Colônia e Mainz. Mas a festa, aos nossos olhos, chega a ser ingênua. Além disso, esta época ainda é inverno na Europa e sobra pouco espaço para a exuberância carnavalesca que nós latinos - e especialmente brasileiros - criamos no imaginário europeu.

Em Berlim, o Carnaval das Culturas solucionou esse problema. As comemorações se extendem por três dias e, assim como o tradicional Carnaval, é uma festa móvel ligada a um feriado religioso. Neste caso, a data em questão é Petencostes, celebrado entre o sábado e a segunda-feira, um feriado nacional. Este ano, esse feriado caiu no dia primeiro de junho.

Uma área da cidade que abriga um número considerável de estrangeiros foi fechada para realização do evento. Um emaranhado de ruas abrigava diversas barraquinhas de artesanato, quinquilharias hippies e quitutes das mais diversas partes do mundo. Nos cruzamentos das ruas principais, havia míni-palcos, nos quais as apresentações seguiram um critério geográfico: havia um palco dedicado às mais diversas expressões culturais da América Latina, outro para a música da Eurásia (Europa e Ásia), um terceiro para ritmos africanos e um último chamado “Bazar Oriental”, que é o lugar de encontro entre Oriente e Ocidente: o Oriente Médio e em especial, a Turquia, origem do maior grupo de estrangeiros residentes na Alemanha.

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