Miscelânea

O Mundo cabe em uma cidade

por Livia Sant’ana

fotoÉ difícil definir o perfil do nova iorquino: primeiro, porque muitas pessoas que moram em Nova Iorque não nasceram lá. Segundo, porque ter nascido lá também não quer dizer muita coisa. A impressão que se tem é a de que cada cidadão que circula naquelas ruas movimentadas e cheias de vida veio de um lugar diferente do mundo. O nova iorquino não tem cara, não tem uma só cultura e nem uma só identidade. Ele é impossível de ser enquadrado em qualquer categoria cultural, religiosa ou racial que exista. Nova Iorque é uma cidade cuja matéria prima é o Mundo; é um microcosmo do Mundo dentro do Mundo. É uma coisa de louco.
Pode ser até muito clichê falar sobre Nova Iorque quando já se falou tanto sobre essa cidade, mas cada pessoa merecia ter o direito de ir até lá, como se a cidade fosse uma “Meca Cultural” para onde todos deveriam peregrinar pelo menos uma vez na vida. Metáforas religiosas à parte, conhecer essa cidade deveria ser obrigatório, pois ela é uma aula sobre diversidade cultural, convivência e tolerância com o que é diferente.
Claro que essa harmonia nem sempre é perfeita – vimos nessas últimas semanas a polêmica em torno da construção de uma mesquita a poucas quadras do Marco Zero, onde estavam as Torres Gêmeas. No metrô, há cartazes de um número de telefone especial oferecido pelo governo para dar assistência psicológica aos imigrantes que tenham sofrido qualquer tipo de preconceito por causa da sua origem. A maioria dos cartazes está em espanhol, o que pode sugerir que o público-alvo são os imigrantes latinos, mas teoricamente o serviço está disponível para qualquer pessoa. É uma iniciativa no mínimo curiosa, quando se pensa que existe num país onde a questão da imigração é um problema político sério e onde também uma significativa parte da população é a favor de medidas que dificultem cada vez mais a entrada de estrangeiros.

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