Artigo

O mistério de Ulrike Meinhof

por Carlos Alexandre Moreno

O filme alemão Der Baader Meinhof Komplex (O Complexo de Baader Meinhof) (2008), dirigido por Uli Edel, conta a história da RAF (Facção do Exército Vermelho), também conhecida pelos sobrenomes de seus carismáticos líderes, Andreas Baader e Ulrike Meinhof. Engajado na luta armada de 1968 a 1998, o grupo teve suas origens nos protestos anti-imperialistas e pró-maoístas que marcaram os anos 1960 no Ocidente. A guerra do Vietnã e a impressão de que estava se estabelecendo um estado policial na Alemanha Ocidental também estimularam a formação da facção, que anunciava ter como objetivo lutar contra a opressão e a injustiça. O filme, segundo a crítica internacional, forma uma trilogia sobre a história alemã no século XX com A queda (2004), dirigido por Oliver Hirschbiegel, e A vida dos outros (2006), escrito e dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck. Com A queda, o filme de Edel partilha o roteirista e produtor Bernd Eichinger, já com A vida dos outros, Der Baader Meinhof Komplex divide a atriz principal, Martina Gedeck. Dos três filmes, Der Baader Meinhof Komplex teve a pior recepção pela crítica, com acusações, dentro e fora da Alemanha, de que glorificaria a causa terrorista.

A atuação de Martina Gedeck como Ulrike Meinhof, no entanto, foi elogiada pela maioria dos críticos. Meinhof era uma respeitada jornalista política e mãe de duas meninas ao se envolver com o grupo de Andreas Baader. Tornou-se líder da facção. O filme não é muito convincente na sua interpretação do que teria levado Meinhof a juntar-se à RAF, justamente ela, cujo trabalho jornalístico influente poderia ter provocado mudanças por meio de protesto legítimo.

Baixe aqui o artigo completo